Confira os lançamentos de livros do Bapijor

11/04/2012 10:58

Nem só de palestras e debates vive o Seminário Brasil-Argentina de Pesquisa e Investigação em Jornalismo, o Bapijor.
No final do primeiro dia, acontece também uma sessão de autógrafos com a presença de autores e o lançamento de cinco livros. Confira!

Nascidos para perder. História do jornal da família que tentou tomar o poder pelo poder das palavras – e das armas. Florianópolis: Insular, 2012.
de Mylton Severiano
Todo empreendimento humano segue a lógica do ciclo vital: nasceu, já começa a morrer. Não estamos a contar novidade. Morrem fábricas, bancos, casas comerciais, escolas, nações, impérios – e jornais. Aos 74 anos, morreu em 1975 o Correio da Manhã; o Correio Paulistano aos 109 anos, em 1963; e mais recente finou-se a versão em papel do Jornal do Brasil, aos 119 anos (...) O que impressiona na trajetória do Estadão é a persistência da família Mesquita em erros administrativos, escolhas políticas desastrosas, bem como a assiduidade com que perdem praticamente todos os “bondes da história”. Dos bondes perdidos, o mais clamoroso foi talvez deixar a Folha empunhar sozinha a bandeira das “Diretas Já” em 1984. Dos erros administrativos, campeão foi mudar do centro da capital paulista para a várzea do Tietê, o que fez o jornal pela primeira vez não chegar às bancas por causa das enchentes de janeiro de 2010. Apostam em Getúlio, perdem; apostam contra Getúlio, perdem. Jogam todas as fichas no movimento constitucionalista de 1932, e perdem feio; apostam no golpe de 1964, e perdem. Para resumir, quando este livro é concluído, acabam de apostar contra Dilma Rousseff, eleita primeira mulher presidente do Brasil. Os Mesquitas parecem o avesso de Deus: de hora em hora, a família piora. Chegando ao sesquicentenário, o jornalão tropeça nas pernas. Nascidos para Perder conta como o Estado chegou a esse estado.

O autor: Mylton Severiano, paulista de Marília, onde concluiu o ensino médio e um curso de música de seis anos, passou por inúmeras redações de jornais, revistas e telejornais, entre eles Realidade, antes de se tornar free-lancer e dedicar-se a criar peças para campanhas eleitorais e a escrever livros. Publicou, entre outros, Se Liga! – O livro das drogas (Record) e a biografia Paixão de João Antônio (Casa Amarela). Ao concluir este livro em 2011 estava gravando um cd com músicas suas e em parceria com Katia Reinisch e Palmério Dória.

Ideologia e Técnica da Notícia. Florianópolis: Insular, 2012. 4ª edição revista e atualizada
de Nilson Lage
No dia em que se escrever a história dos estudos de jornalismo no Brasil, Ideologia e Técnica da Notícia vai estar incluído no seleto grupo dos clássicos da área. Obra da juventude do professor Nilson Lage, resultado de sua dissertação de mestrado em comunicação, esta obra lançou a semente de uma revolução que principiou a mudar a maneira da universidade brasileira ver o jornalismo, e também o modo do jornalismo ver a universidade. De um lado, a profissão passou a ser vista como objeto digno da atenção da ciência, superando o palavreado vazio de certa comunicologia. De outro, a universidade começou a ser reconhecida como espaço privilegiado para impulsionar o aprimoramento do ofício, através da compreensão de seus fundamentos e de sua especifidade, indo muito além da crítica ideológica simplificadora em voga na época do seu aparecimento. Publicado originalmente em 1979 e reeditado em 1981 e 2001, o livro voltou a tornar-se uma raridade cobiçada, e seu relançamento quase uma década depois vem facilitar o acesso ao texto por parte das novas gerações. Vão encontrar aqui, numa linguagem de mestre, a afirmação de uma vocação insubstituível e o espírito de uma época em que ela representou um baluarte na resistência ao autoritarismo.

O autor: Em pesquisa realizada na virada do século pela Revista Imprensa, Nilson Lemos Lage foi apontado entre os autores que mais influenciaram os professores de jornalismo no Brasil. Como profissional, fez carreira nos principais órgãos de imprensa do Rio de Janeiro e participou da geração que modernizou a linguagem jornalística do país, a partir do Diário Carioca e do Jornal do Brasil. Como acadêmico, participou da formação de gerações de jornalistas na UFRJ, na UFF na UFSC e também em instituições privadas, e por muitos anos foi a voz mais respeitada pela categoria profissional e pelo MEC em assuntos relacionados ao ensino e à pesquisa em jornalismo. Desde sua aposentadoria como professor titular da UFSC, em 2006, continua trabalhando como palestrante e consultor.

Nuevos escenarios detrás de las noticias. Agenda, tecnologias y consumo. Buenos Aires: La Crujía, 2010.
de Lila Luchessi
O livro trata da análise da notícia e seu cruzamento com as tecnologias da comunicação e da informação no campo jornalístico. Reconstrói os processos de produção, circulação e consumo e apresenta novos modos na mídia impressa e nas agências de notícias, assim como a emergência de modelos de jornalismo digital na internet.

A autora: Lila Luchessi é professora e pesquisadora nas universidades Nacional de Rio Negro (UNRN) e Buenos Aires (UBA). Dirigiu a Escola de Estudos Sociais e Econômicos e o curso de Comunicação Social na UNRN. Leciona seminários de pós-graduação na UNRN, UBA, Universidad de La Plata e San Andrés. Foi professora convidada na Espanha (Universidad Complutente de Madrid), Brasil (Unisinos) e Bolívia (San Francisco Xavier). Publicou também os livros “Fronteras globales” e “Los que hacen la noticia”.

Los Dueños de la Palabra. Buenos Aires: Prometeo, 2009.
de Guillermo Mastrini y Martín Becerra
O livro analisa as tendências da evolução do setor de informação e comunicação, de seu acesso e processo de concentração na América Latina durante o início do século XXI. O objeto de estudo são as indústrias chamadas “infocomunicacionais”, que incluem meios de comunicação como jornais, rádios, televisão aberta e a cabo, com outras indústrias culturais, como a dos ramos de editoras,  cinematografia e fonografia, examinando-as comparativa e exaustivamente.

O autor: Guillermo Mastrini é coordenador acadêmico do Mestrado em Indústrias Culturais da Universidade Nacional de Quilmes , Argentina. Junto com Martín Becerra, publicou também  “Periodistas y Magnates: estructura y concentración de las industrias culturales em America latina (Buenos Aires: Prometeo, 2006). Autor de várias outras obras, é professor de pós-graduação também em universidades nacionais de Córdoba, Buenos Aires e La Plata.

Em luta pela terra sem mal. A saga guarani contra a escravidão na Bolívia. SP: Multifoco, 2012.
de Juliana Dal Piva
A narrativa utiliza a história dos escravos para contar como se produziu e persiste um sistema escravocrata dentro das fazendas de criação de gado do chaco da Bolívia. Uma história que começou em 1892 e segue dentro do departamento de Santa Cruz, região mais rica da Bolívia e desenvolvida apenas depois da dominação dos guaranis pelo governo. Além da pesquisa, que durou um ano e meio, a autora foi a campo por 34 dias investigar de perto essa realidade. A luta pela conquista dos direitos depende agora de uma das principais pautas do governo boliviano, que é a autonomia indígena e os rumos que o país tomará com a nova Constituição aprovada em janeiro de 2009. 

A autora: Juliana Dal Piva é jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Estudou História Social Latino-americana na Universidade de Buenos Aires, em 2008. Participou da cobertura das eleições presidenciais de 2010 no Portal Terra e, mais tarde naquele ano, passou a integrar a equipe de reportagem da revista ISTOÉ em São Paulo, onde permanece, agora, na sucursal do Rio de Janeiro.

 

SERVIÇO:
Lançamento de livros no 2º Bapijor
Auditório da Reitoria da UFSC
Dia 17 de abril de 2012, terça-feira, 17 horas

Fontes: Sites das editoras Insular, Multifoco, Prometeo e La Crujía

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